O que procuramos? felicidade. Há muitas vias para a realizar realizar o Ser, a verdade última, Deus, o que se queira chamar. Para cada qual, uma certa será mais adequada. Acredito que no fundo todas as tradições autênticas procuram a consciência da unicidade, da não-separação, da eliminação do conflito. Profunda paz e alegria. Essa paz, alegria, felicidade, está em todos nós, embora nem sempre estejamos nela.
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"Aquilo que tu és, o teu verdadeiro eu, tu ama-lo, e seja o que tu fizeres na vida, tu faze-lo para a tua própria felicidade. Encontrá-lo, conhecê-lo e acarinhar esse teu eu é a tua necessidade e desejo básico. Desde os tempos imemoriais que tu te tens amado a ti mesma, mas não de maneira sábia. Usa o teu corpo e a tua mente de maneira sábia ao serviço do teu eu, e isso é tudo quanto o que importa. Sê verdadeira com o teu próprio eu, ama o teu eu verdadeiro de modo total e absoluto. Não finjas que amas as outras pessoas tanto quanto amas a ti mesma. A menos que tenhas descoberto que elas e tu são um só, tu não as podes amar. Nunca finjas ser o que tu não és, e não recuses ser aquilo que tu és. O teu amor pelos outros é resultado de te conheceres a ti mesma, não a sua causa. Sem te conheceres a ti mesmo, nenhuma virtude é genuína e verdadeira. Quando tu descobriste, sem qualquer sombra de dúvida, que a mesma e única vida flui por todas as coisas, e que tu és essa mesma vida, então tu amarás natural e espontaneamente. Quando tu descobrires a profundidade e riqueza do teu amor por ti mesmo, é porque tu sabes que todos os seres vivos e todo o universo estão incluídos na tua afeição. Mas quando tu olhas para qualquer coisa, considerando-a separada de ti, tu não a podes amar porque tens o medo dentro de ti. A alienação causa o medo e o medo aprofunda a alienação. É um círculo vicioso. Só o auto-conhecimento pode quebrá-lo. Vai nessa direcção com força e coragem." Sri Nisargadatta Maharaj
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Felicidade
Todos os seres desejam felicidade, sempre, sem sinal de sofrimento. Ao mesmo tempo todos se amam mais a si. A causa para este amor é unicamente a (procura da) felicidade. Logo, a Felicidade tem que estar em nós. Mais, essa felicidade é experimentada por todos durante o sono (profundo), quando não há mente. Para atingir essa felicidade natural, devemos conhecer-nos. Para tal, a meditação "Quem Sou?" é o meio principal.
Para todos os pensamentos, a fonte é o pensamento "Eu". A mente irá dissolver-se apenas procurando "Quem Sou?". O pensamento "Quem Sou?" irá destruir todos os outros pensamentos e finalmente destruir-se a si mesmo. Se outros pensamentos surgem, sem tentar completá-los, devemos procurar a quem surgiu este pensamento. O que importa quantos pensamentos surgem? Ao surgir cada pensamento, devemos manter-nos vigilantes e questionar a quem está a ocorrer este pensamento. A resposta será "A mim". Se questionarmos "Quem Sou?", a mente voltará a sua fonte (ou de onde procedeu). O pensamento que surgiu, irá também submergir. Com a prática continuada, o poder da mente em manter-se na fonte é aumentado. "
Ramana Maharishi (1879-1950)